sábado, 15 de abril de 2017

10 ocasiões em que a 3ª Guerra Mundial quase aconteceu

A vida na Terra chegou perto da extinção muitas vezes: por culpa de desastres naturais, 99% das espécies que já existiram por aqui desapareceram. Outras vezes, epidemias quase acabaram com a humanidade. Porém, até o século 20, a humanidade não tinha o poder de destruir a si mesma em escala planetária. Até que surgiu a bomba atômica, em meio à Guerra Fria entre EUA e União Soviética (URSS). Desde então, chegamos muito perto de deflagrar outro conflito mundial. Confira 10 ocasiões em que isso de fato quase aconteceu.

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1) CHURCHILL E A OPERAÇÃO IMPENSÁVEL

Ano: 1945
Perigo de guerra: Moderado
O primeiro-ministro britânico Winston Churchill estava preocupado com a permanência das tropas soviéticas na Europa após o fim da 2ª Guerra Mundial. Por isso, seu exército bolou a Operação Impensável. A ideia era atacar a URSS em 1º de julho de 1945, pouco após a rendição da Alemanha nazista.
O que nos salvou: O plano se mostrou inviável: as tropas soviéticas eram mais que duas vezes maiores que as dos aliados e os EUA ainda lutavam contra o Japão.
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2) BERLIM SITIADA

Ano: 1948
Perigo de guerra: Alto
Churchill pensou em agir contra a URSS por achar que Stalin dominaria a Europa Central, como realmente aconteceu. Para demonstrar força, o líder soviético bloqueou o acesso dos países ocidentais à parte capitalista de Berlim. A crise quase levou os EUA a provocar a 3ª Guerra.
O que nos salvou: Os líderes das forças de ocupação ocidental na Alemanha tinham um plano para invadir o lado oriental até chegar a Berlim, mas foram voto vencido. Por causa do bloqueio, os aliados começaram a enviar mantimentos a Berlim por via aérea, sem intenções militares. Stalin, eventualmente, devolveu o acesso à cidade.
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3) BOMBAS NUCLEARES NA CHINA

Ano: 1951
Perigo de guerra: Muito alto
Enquanto norte-americanos e chineses se envolviam na Guerra da Coreia, o general Douglas MacArthur, um dos maiores heróis dos EUA na 2ª Guerra Mundial, pressionou o presidente Harry Truman para usar a bomba atômica contra a China.
O que nos salvou: Truman afastou MacArthur ao descobrir que o general havia conseguido, de forma não oficial, aval do comando militar dos EUA para lançar até 50 bombas sobre solo chinês, sem autorização presidencial.
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4) BRIGA PELO CANAL DE SUEZ

Anos: 1956 e 1957
Perigo de guerra: Alto
Não fosse a intervenção do diplomata canadense Lester B. Pearson – que receberia o Nobel da Paz pelo feito -, Stalin teria declarado guerra a França, Reino Unido e Israel. O episódio ocorreu por causa do Canal de Suez. Quando ele foi declarado território egípcio, Israel invadiu o Egito com apoio de franceses e britânicos.
O que nos salvou: Os EUA e seus aliados ficaram em alerta máximo, mas não houve confrontos.
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5) BERLIM POR UM FIO

Ano: 1961
Perigo de guerra: Alto
A briga pelo controle de Berlim levou à construção de um muro cercando sua parte ocidental. Para piorar a tensão, um acidente deixou muda a única linha telefônica que fazia comunicação com a sede do Comando de Defesa Aeroespacial dos EUA (Norad). Mísseis nucleares foram armados nos EUA, à espera da ordem de ataque nuclear contra os soviéticos.
O que nos salvou: O muro de Berlim acabou com uma disputa que poderia tomar proporções globais. A linha telefônica da Norad foi consertada rapidamente.
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6) A CRISE DOS MÍSSEIS DE CUBA

Ano: 1962
Perigo de guerra: Muito alto
A hecatombe nuclear quase rolou quando a URSS instalou mísseis em Cuba, perto demais dos EUA. Em punição aos cubanos, o presidente norte-americano John F. Kennedy fez um cerco militar e reforçou o embargo econômico do país a Cuba. O líder soviético Nikita Khrushchev enviou a Kennedy um telegrama dizendo que o embargo a Cuba equivalia a uma declaração de guerra contra a URSS.
O que nos salvou: Por duas semanas, o mundo aguardou o início da 3ª Guerra. A URSS, porém, voltou atrás após a retirada de mísseis dos EUA na Turquia que tinham condições de atingir solo soviético.
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7) BRIGA COMUNISTA

Ano: 1969
Perigo de guerra: Moderado
Um grupo de 60 mil chineses atravessou a fronteira com a URSS para fugir da fome. O líder chinês Mao Tsé-Tung acusou o colega soviético Leonid Brejnev de estimular a subversão. Os EUA avisaram que, em caso de conflito entre os dois países, iriam declarar guerra à URSS – fazendo uma aliança bizarra com a China comunista.
O que nos salvou: Mao se entendeu com os camaradas socialistas, trechos de fronteira foram redefinidos e algumas dezenas de soldados morreram.
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8) EUA FORA DO AR

Ano: 1971
Perigo de guerra: Alto
Todo sábado de manhã, uma mensagem-teste de segurança era enviada às emissoras de rádio dos EUA. Até que um operador disparou, por engano, o aviso de que o país estava sob ataque da URSS. Foram 40 minutos até alguém barrar a mensagem. Quando a correção chegou, os radialistas estavam prestes a orientar a população a se recolher em abrigos. Se os EUA se recolhessem, a URSS poderia interpretar o ato como a preparação para um ataque contra os soviéticos – e revidar.
 O que nos salvou: Uma mensagem corrigindo o erro acalmou os ânimos.
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9) PANE NO SISTEMA

Ano: 1983
Perigo de guerra: Muito alto
Devido a uma falha no sistema, os soviéticos detectaram um míssil vindo dos EUA. Prevendo um ataque, a URSS apontou mísseis nucleares na Polônia para a Europa Ocidental. Para piorar, três semanas antes, os soviéticos abateram um avião coreano, matando um congressista norte-americano.
O que nos salvou: O oficial da força aérea Stanislav Petrov desconfiou de defeito nos computadores, não alertou Moscou de cara e identificou a falha a tempo.
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10) DEDO NO GATILHO

Ano: 1995
Perigo de guerra: Alto
O episódio mais recente em que os russos (ex-soviéticos) quase usaram seu arsenal nuclear rolou há 18 anos. O serviço militar da Rússia interpretou mal o lançamento de um míssil de cientistas noruegueses e canadenses, que visava estudar a aurora boreal. Moscou colocou seus submarinos nucleares em alerta total e o presidente Boris Yeltsin estava preparado para atacar.
O que nos salvou: Yeltsin recuou quando a informação sobre o míssil foi desmentida.
FONTES: Livros História da Guerra Fria, de John Lewis Gaddis, The Making of teh Atomic Bomb, de Richard Rhodes, A História e suas Epidemias, de Stefan Cunha Ujvari e Extinction, de Douglas H. Erwin
CONSULTORIA: Jack O’Malley-James, astrônomo da Univerisdade de St. Andrews, e John Spray, diretor do The Planetary and Space Science Centre (PASSC), responsável pelo levantamento Earth Impact Database


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