sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Estudando e jogando nos EUA

Muitas pessoas não sabem, mas a formação de um atleta nos Estados Unidos é diferente da formação no Brasil. Enquanto no Brasil o processo de formação dos atletas está ligado aos clubes esportivos e completamente desconectado ao sistema de ensino, nos EUA o processo é centrado nas escolas e universidades juntamente a formação acadêmica.

Esse processo gera consequências em diferentes âmbitos. O nosso processo comumente forma atletas sem formação acadêmica, com baixo conhecimento e cultura. Isso por vezes forçado pela rotina do esporte, que impossibilita os atletas a irem as aulas, fazerem os trabalhos estudarem para as provas e as demais obrigações escolares. Isso reflete grandemente na vida pessoal desses atletas, principalmente aqueles que não conseguirem ter sucesso no esporte de alto rendimento. Esses chegarão no final do processo de formação, no futebol a categoria sub-20, sem formação acadêmica e com o insucesso no esporte terão grandes problemas para seguirem a sua vida em outra profissão.

Enquanto isso no processo centralizado nas instituições de ensino, como é nos EUA, os atletas são chamados estudantes-atletas, uma vez que antes de serem atletas são entendidos como estudantes em formação. Além da formação esportiva com estruturas físicas, na maioria das vezes superior as dos clubes do Brasil, esses estudantes-atletas são formados academicamente em um sistema pensado para aliar o esporte a educação. Como consequência de todos esses elementos, os atletas chegam ao final do seu processo de formação esportiva, nos EUA seria o fim do ciclo universitário, aptos a atuarem pelas equipes principais e ser tornarem jogadores profissionais dando sequência a carreira e também formados academicamente com um diploma de curso superior.


As universidades possuem um sistema de bolsas, onde os atletas de diferentes modalidades esportivas, masculinas e femininas, são escolhidos pelos treinadores que oferecem isenção de grande parte dos custos com a universidade ou isenção total. Essas bolsas também são destinadas a estrangeiros e em esportes como o futebol, existe um grande interesse dos americanos por estudantes-atletas brasileiros. 

E como funcionam essas ligas? São todas que disponibilizam bolsas? Só os melhores atletas do Brasil são capazes de conseguir? Posso trocar de liga depois de ir para alguma universidade americana?

Vamos entender como funcionam as ligas: 

As ligas são classificadas de acordo com a quantidade de programas de esporte que as universidades têm e para quantas modalidades são oferecidas bolsas de estudo. Existem diferentes organizações de esporte universitário, a principais delas na ordem de importância é a National Collegiate Athletic Association (NCAA), a National Association of Intercollegiate Athletics (NAIA) e a National Junior College Athletic Association (NJCAA).




A NCAA, considerada a liga mais importante possuem 3 divisões. A NCAA divisão 1 é composta por faculdades que oferecem bolsas para mais de 14 diferentes esportes. A NCAA divisão 2 é formada por faculdades que oferecem bolsas para no mínimo 10 diferentes modalidades esportivas. Por último, a NCAA divisão 3 é formada por universidades que competem em pelo menos 10 esportes diferentes, mas que não destinam bolsas esportivas, apenas acadêmicas.

A NCAA possui 1025 universidades associadas, distribuídas nas três divisões da seguinte forma: 326 na divisão 1, 279 na divisão 2 e 420 na divisão 3.

Para ser admitido em uma universidade filiada a NCAA o estudante-atleta deve atingir uma pontuação de no mínimo 900 em 1600 na prova do SAT, que é uma prova que envolve matemática e inglês. E na prova para o inglês, TOEFL, necessita de uma média aproximadamente de 80 pontos em um total de 120.

A NAIA é uma organização criada por instituições que discordavam das regras adotadas pela NCAA, como as restrições pelo número de esportes e bolsas. A NAIA não possui divisões e conta inclusive com algumas universidades do Canadá.
307 universidades são associadas a NAIA e possui como pré-requisito de 940 pontos em um total de 1600 na prova do SAT e média aproximadamente de 80 pontos em 120 na prova do TOEFL

IMPORTANTE!!
Já é possível encontrar opções para ingressar nessas ligas para atletas que tiraram acima de 61 pontos no TOEFL. Mas deixando claro que um bom desempenho nas provas melhora as oportunidades de bolsas.





 NJCAA é a liga destinadas as Junior Colleges. Junior Colleges são faculdades de diploma técnico de apenas dois anos, nos EUA os cursos possuem um ciclo básico comum, esses duram dois anos. Justamente os dois anos oferecido pelas Junior Colleges, os alunos usam essas universidades como pontes para se transferirem posteriormente a outra universidade e concluir os dois anos restantes.

Esse caminho acaba sendo uma importante porta de entrada para estrangeiros, por possuírem critérios de inclusão por vezes mais acessíveis e servir de um período de adaptação.  

Essa liga possui 510 filiados, os pré-requisitos são menos exigentes que as outras duas ligas, como já mencionado anteriormente. Não é cobrado a prova do SAT e normalmente é exigida uma pontuação entre 45-61 em um total de 120 na prova do TOEFL.



Então se você gostou da maneira como a formação esportiva é aliada a educação nos EUA, gostaria de uma bolsa de estudos e se tornar um estudante-atleta, esse artigo trouxe boas notícias para você. Existem diferentes ligas universitárias com diferentes critérios de inclusão. Além disso existem quase duas mil universidades aliadas as ligas.


Fonte:   https://www.gousa.com.br/single-post/Entenda-as-Ligas-Universitarias-Americanas-de-uma-Maneira-Descomplicada



sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Distribuição no Senado


Composição do Senado em 
1º de fevereiro de 2015

Previsão para 1º de fevereiro
de 2019

PMDB – 19 (23,45%)MDB – 12 (14,81%)
PT – 13 (16,04%)PSDB – 8 (9,87%)
PSDB – 11 (13,58%)PSD – 7 (8,64%)
PDT – 6 (7,40%)DEM – 6 (7,40%)
PSB – 6 (7,40%)PT – 6 (7,40%)
PP – 5 (7,40%)PP – 6 (7,40%)
DEM – 5 (6,17%)Podemos - 5 (6,17%)
PR – 4 (4,93%)Rede – 5 (6,17%)
PSD – 4 (4,93%)PDT – 4 (4,93%)
PTB – 3 (3,70%)PSL – 4 (4,93%)
PCdoB – 1 (1,23%)PTB – 3 (3,70%)
PSC – 1 (1,23%)PHS – 2 (2,46%)
PRB – 1 (1,23%)PPS – 2 (2,46%)
Psol – 1 (1,23%)PR – 2 (2,46%)
PPS – 1 (1,23%)PSB – 2 (2,46%)

PRB – 1 (1,23%)

Pros – 1 (1,23%)

PRP – 1 (1,23%)
PSC – 1 (1,23%)
PTC – 1 (1,23%)
Solidariedade – 1 (1,23%)
Sem Partido – 1 (1,23%)
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Distribuição dos deputados por bancada



https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2018/eleicao-em-numeros/noticia/2018/10/08/pt-perde-deputados-mas-ainda-tem-maior-bancada-da-camara-psl-de-bolsonaro-ganha-52-representantes.ghtml

"Guia" indica dez feirinhas de artes e antiguidades em São Paulo

Por ALINE PELLEGRINI
SAULO YASSUDA
DE SÃO PAULO




A feira de antiguidades da praça Benedito Calixto, em Pinheiros (zona oeste de São Paulo), completa 25 anos no mês de setembro e, nesta semana, levantou polêmicas que envolvem fiscalização da prefeitura e mudanças no conselho que gere o espaço.
Por ora, nada deve mudar por lá, mas a medida leva os frequentadores e os órgãos públicos a olharem com mais cuidado para as outras feirinhas de artes e antiguidades da cidade, eventos que costumam fazer parte da agenda dos paulistanos.
Além de ser opção para um passeio diferente e tranquilo, os locais são "points" certeiros para encontrar quadros, objetos raros, comidinhas, roupas, artesanatos e peças decorativas, geralmente exclusivas.
Elas estão espalhadas por diversas regiões de São Paulo, são organizadas em dias diferentes e, o melhor, a maioria acontece ao ar livre.
Veja a seguir um roteiro com dez importantes feiras de artes e antiguidades da cidade e passe o fim de semana garimpando.
Crédito: Alessandro Shinoda/Folhapress

SAO PAULO, SP, BRASIL, 08 - 09 - 2012, 13:54. Imagens gerais da feira de antiguidades na praca Benedito Calixto, no Alto de Pinheiros. Decisao da Justica determinou mudancas na administracao da feira. (Foto: Alessandro Shinoda/Folhapress, COTIDIANO )***EXCLUSIVO FOLHA***

Feira de Antiguidades da Paulista
Realizada no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), conta com representantes de vários antiquários, que comercializam peças de decoração, joias e obras de arte. Informalmente, a feira se estende para o outro lado da avenida Paulista, em frente ao parque Trianon.
POR QUE IR: além de interessantes máscaras, os visitantes mais atentos podem até arrematar raridades. Também há uma barraca que faz consertos de brinquedos.
NOS ARREDORES: parque Trianon, cinema Reserva Cultural e Centro Cultural Fiesp Ruth Cardoso.

Feira de Antiguidades e Design do MuBE
De pequeno porte, congrega uma boa variedade de antiquários com peças selecionadas que ficam expostas sob a marquise do Museu Brasileiro da Escultura (MuBE).
POR QUE IR: é possível encontrar luminárias, pratarias, porcelanas, pinturas, esculturas e curiosidades de época, como jogos e brinquedos.
NOS ARREDORES: fica ao lado de outro museu, o MIS (Museu da Imagem e do Som).

Feira de Arte, Artesanato e Cultura do Largo de Moema
Há mais de 20 anos, a feira, localizada em uma gostosa pracinha na região de Moema, funciona três vezes por semana, sendo que, no domingo, reúne mais de 200 expositores.
POR QUE IR: tem barracas que vendem bordados e comes, como strudel. Quadros e artesanato compõem outros estandes.
NOS ARREDORES: a área é repleta de restaurantes e de bares.

Feira de Artes, Cultura e Lazer da Benedito Calixto
Reúne cerca de 320 expositores, a maioria de móveis e utensílios domésticos antigos. Também há estandes com outras raridades, como vinis, selos e moedas.
POR QUE IR: as atrações culturais desbancam o consumo com projetos como o Chorinho na Praça, aos sábados, das 14h30 às 18h30, e o Autor na Praça, quinzenalmente, a partir das 14h, com lançamentos de livros. Lá também é possível comer bem.
NOS ARREDORES: parte do público costuma ficar em bares e restaurantes próximos, bebericando mesmo quando as barracas já estão sendo desmontadas.

Crédito: Luiz Carlos Murauskas/Folhapress


Feira Como Assim?!
Enquanto a maioria das feirinhas da cidade é focada em antiguidades, aqui os hits são as peças de roupa descoladas e os objetos de decoração personalizados. Costuma ser procurada por jovens.
POR QUE IR: o espaço, que toma conta do shopping Center 3, têm roupas de bebê despojadas, camisetas divertidas, imãs de geladeira modernosos e objetos que podem ser personalizados pelo próprio cliente.
NOS ARREDORES: além do próprio shopping, fica ao lado da rua Augusta, que conta com cinemas e restaurantes.

Feira da Liberdade
As barracas ocupam a praça da Liberdade aos sábados e aos domingos, data em que tem mais movimento, principalmente por ser o dia em que os estandes de comida tomam a rua. É possível encontrar artesanatos japoneses, como luminárias e almofadas e roupas.
POR QUE IR: as barraquinhas de comida são disputadíssimas aos domingos. Há desde pratos japoneses, como os docinhos assados de feijão e os tempurás, a quitutes nacionais, caso da cocada.
NOS ARREDORES: o bairro é repleto de mercadinhos orientais e restaurantes nipônicos tradicionais.

Feira da República
Umas das mais tradicionais da cidade, a feira começou com colecionadores que se reuniam ali para trocar raridades.
POR QUE IR: há estandes onde é possível encontrar pedras preciosas, artigos de couro, artesanatos e bijuterias.
NOS ARREDORES: fica ao lado do largo do Arouche, tradicional ponto de encontro GLS, que conta com uma série de bares.

Feira do Bexiga
Todos os domingos, a praça Dom Orione, na região do Bexiga, é tomada pela feira de antiguidades, que também vende acessórios (como joias) e utensílios domésticos antigos.
POR QUE IR: roupas e discos usados podem ser arrematados na feirinha. Quem procura quinquilharias, como garrafa de refrigerante antiga, também vai ser dar bem.
NOS ARREDORES: o tradicional bairro italiano conta com cantinas que servem comidas típicas do país.

Feira Kantuta
Você entra no espaço e se sente em outro país -poucos vendedores falam português. A feira do Pari é organizada por bolivianos que costumam celebrar as tradições bolivianas com danças e trajes típicos.
POR QUE IR: além de barraquinhas com artesanatos, merece atenção a comida popular andina, com os pães e os grãos encontrados somente na Bolívia. As empanadas são saborosas, assim como as demais comidinhas.
NOS ARREDORES: fica perto do estádio do Canindé.

Feira Omaguás
Com dez anos de existência, a feira de artes e artesanato reúne variados trabalhos de cerca de 70 artesãos sob as copas das árvores da praça dos Omaguás, em Pinheiros.
POR QUE IR: além de quadros, é possível encontrar miniesculturas em madeira, colchas de "patchwork" e roupas com intricados desenhos vindos de países árabes.
NOS ARREDORES: em frente à livraria Fnac de Pinheiros, a feira também fica próxima ao Instituto Tomie Ohtake e à boêmia Vila Madalena.


Fonte: https://guia.folha.uol.com.br/passeios/1153131-guia-indica-dez-feirinhas-de-artes-e-antiguidades-em-sao-paulo.shtml




Minhas aulas de história geral

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Às vezes eu ficava pensando, para que estudar história? Falar de pessoas que já morreram, fatos que aconteceram a muito tempo, o que isso tem a ver com minha vida contemporânea? O tempo foi passando, e eu cada vez mais me interessando pelos Reis, cavalheiros, filósofos, pensadores, cientistas, exploradores, homens e mulheres que construíram o tempo em que vivemos. Sim, pois nada surge do acaso, nada está pronto, a cada dia preparamos o dia de amanhã. E certa vez eu fui pesquisar para saber por que temos direitos humanos, proteção às minorias, respeito às religiões com sua liberdade constitucional de credo, direito à liberdade de expressão, de moradia e da inviolabilidade do meu lar, do direito à ter um patrimônio, a educação, a saúde, a uma aposentadoria, entre outros direitos tão prosaicos ao nosso cotidiano. Alguns tão frívolos que até nos questionamos, por que tem na Constituição, como por exemplo o direito de ir e vir, não parece lógico que eu possa ir e vir aonde eu quiser? 

Porém, descobri nessas pesquisas que nem sempre foi assim. Descobri que muitos governantes para manterem seu poder muitas vezes tolhiam estes direitos fundamentais de seus cidadãos. Descobri que em boa parte da existência da raça humana, muitos não tinham o direito nem de se alimentar, para que seus donos, seus governantes, comecem melhor. E não podiam nem reclamar disso, pois também não tinham o direito de falar. E descobri nos livros de história um homem que foi o mais cruel deles todos. Um austríaco, que quase pôs fim a raça humana, que quase acabou com a civilidade, com o amor, com a esperança, com o sentimento. Um homem capaz das mais bizarras atrocidades contra outro ser humano. E descobri que muitos desses direitos, surgiram em razão dessas atrocidades ocorridas e assim, não permitir que elas tornassem a se repetir. Ao descobrir as barbaridades que este homem fazia, eu observava que ele contava com grande apoio popular, quase unânime. E aí eu perguntava, como pessoas boas podiam apoiar aquele homem de discurso tão raivoso? Como religiosos podiam ir de encontro aos preceitos de sua religião para apoiar alguém tão anticristão? Como a justiça se calou diante de tamanha injustiça? Como os homens sensatos permitiram tanta insensatez? Como todos ficaram surdos e mudos, cegos e imóveis diante de tanto absurdo? E por anos eu fiquei sem entender e resolvi deixar para lá, afinal era coisa do passado, como humanos podiam negar direitos humanos a outro semelhante? 

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Mas aí, chegamos ao atual cenário político brasileiro. Como na Alemanha dos anos 1930 a corrupção assola a sociedade, a população perde a credibilidade nos políticos e na sua capacidade de resolver os problemas. Economia devastada, crise política, violência desmedida e crescente, falta de lideranças, capazes de conduzir os destinos da nação. Os religiosos decidem não mais confiar na providência divina e muitos pregam que o estado se torne beligerante e que seus cidadãos andem armados. Onde está o perdão e o amor, base da cristandade? Como na Alemanha dos anos 1930 as minorias são atacadas, os homossexuais (ou homo afetivos, como queiram) são hostilizados e mortos. O discurso do ódio toma conta das ruas. O lema é o mesmo de 1930 "Deus, pátria e família". Sempre o mesmo lema. E assim seguimos hipnotizados pela sanha totalitária, buscando um líder que seja o salvador da pátria, alguém capaz de, com seu pulso forte, resolver todos os problemas da nação como num passe de mágica. Todos embarcam na solução mais fácil, colocar uma venda nos olhos e confiar no líder e claro colocar a culpa de nossas falhas em alguém, antes os judeus, hoje nos gays ou em um partido, nos negros ou nos nordestinos. Sem falar no viés totalitário com cores verde oliva das forças armadas a nós amedrontar todos os dias. O resultado da primeira história sabemos, os homens de bem se calaram e deixaram a Alemanha embarcar em sua aventura totalitária que levou o mundo a um dos maiores desastres humanitários de sua história. "O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons". Tudo a partir de uma eleição, onde por medo dos comunistas, a direita conservadora alemã assentiu os caprichos de um louco. Pensavam eles serem capazes de o controlar. Agora em 2018, também uma eleição pode levar o Brasil a embarcar numa aventura que será tanto quanto desastrosa, com poder de abalar o mundo? Claro que não. O Brasil não tem o poder e a importância de uma Alemanha, ainda. Mas com certeza trará muitos danos. A própria revista The economist uma das mais respeitados do mundo fez uma análise recente a apontou os riscos dessa eleição (para ler a reportagem clique no veja aqui:) O The New York Times, maior jornal do mundo, disse que poderemos fazer uma triste escolha (Leia aqui). Mas cabe a nós saber se cometeremos o mesmo erro ou não. E aqui não importa se você é de esquerda, direita, centro ou ambidestro, os malefícios serão para todos. O que importa é o futuro do país. É muito válida a iniciativa das mulheres com o grupo contra o extremismo, também os advogados agora se manifestaram, os artistas, atletas, etc. Outros grupos têm se colocado contra os absurdos vindos desses defensores da tortura. Mas ainda é pouco. Precisamos fazer mais para impedir essa desventura e assim evitar um erro de proporções impensáveis. Que cada um faça sua parte que os livros de história lidos por nossos filhos e netos possa trazer uma história diferente daquela, pois o mal da intolerância ameaça a todos e costuma deixar marcas profundas.

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Como são eleitos os deputados no sistema de voto proporcional

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Em ano de eleições é comum vermos a população questionando a forma como são eleitos os candidatos para os respectivos cargos em disputa. Os Prefeitos, Governadores, Senadores e Presidente da República são eleitos pelo voto majoritário, ou seja, ganha quem tiver mais votos, dá-se nesse caso maior importância ao candidato que ao partido que ele é registrado. Existem dois tipos de majoritário, o simples e o absoluto.
No majoritário simples temos a vitória do candidato que obtiver a maioria simples dos votos, ela é adotada nas eleições para Senador e Prefeitos em cidades com menos de 200 mil eleitores. Já no sistema majoritário absoluto para considerar um candidato eleito exige-se que ele tenha no mínimo a maioria absoluta, ou 50% mais 1 voto dos votos válidos, ou seja, excluindo-se os votos brancos, nulos e abstenções, no primeiro turno. Caso nenhum candidato atinja esta maioria, teremos um segundo turno com os dois primeiros colocados do primeiro turno, e aí ganha quem tiver mais votos dos dois. É adotado nas eleições para Presidente, governadores e Prefeitos de cidades com mais de 200 mil eleitores, art. 29, II da Constituição Federal /1988.

Já a eleição para os cargos de vereador e deputados estaduais e federais, são eleitos pelo sistema proporcional, onde se dá valor ao número de votos válidos dados ao partido político ou coligação. A ideia é que cada segmento da sociedade, composto pelas mais diversas ideologias possam ter representação nos Parlamentos locais, regionais e nacional. No sistema proporcional nem sempre quem tem mais voto se elege, o que nos dá, às vezes, uma sensação de injustiça. Porém para saber como isso ocorre, é necessário entender como funciona o sistema proporcional. Para tanto, primeiro é preciso entender que no sistema proporcional as vagas das Câmaras Municipais, das Assembleias Legislativas, da Câmara Distrital e da Câmara Federal serão distribuídas em proporção aos votos obtidos pelos partidos ou coligações e preenchidas pelos candidatos mais votados da lista da legenda ou coligação (quando dois ou mais partidos se unem para disputar a eleição), até o limite das vagas obtidas. O preenchimento das vagas é feito segundo o cálculo dos Quocientes Eleitoral (QE) e Quocientes Partidário (QP) e distribuição das sobras.

Antes de aprender como calcular o QE e o QP, é preciso destacar que, na eleição proporcional no Brasil, é o partido/coligação que recebe as vagas, e não o candidato. Isso significa que, nesse tipo de pleito, o eleitor, ao votar, estará escolhendo ser representado por determinado partido e, preferencialmente, pelo candidato por ele escolhido. Em resumo, o voto do eleitor na eleição proporcional brasileira indicará quantas vagas determinado partido/coligação vai ter direito. Cabe ressaltar que, mesmo que um candidato tenha votação expressiva, se o partido/coligação não ganhar vaga, tal candidato pode não ser eleito.
A partir daí, os candidatos mais votados poderão preencher as cadeiras recebidas pelos partidos/coligações, conforme a sua colocação. Esse aspecto é o que diferencia o sistema eleitoral proporcional brasileiro do adotado em outros países. No Brasil, quem faz a lista de classificação dos candidatos (ordem de colocação) é o eleitor, por meio do seu voto, isto é, o candidato que obtiver o maior número de votos dentro de determinado partido/coligação ficará em primeiro lugar na lista. É o que chamamos de lista aberta.
Como se calcula o número de vagas por partido?
Na Legislação Eleitoral “determina-se o quociente eleitoral dividindo-se o número de votos válidos apurados pelo número de lugares a preencher, desprezando-se a fração, se igual ou inferior a meio, ou arredondando-se para um, se superior”. Isso significa que:
QE = nº de votos válidos da eleição/ nº de lugares a preencher
Nas eleições estaduais e municipais, o número de votos válidos será dividido pelo número de cadeiras das respectivas Casas Legislativas, por UF, DF ou por município.
Para exemplificar, vamos supor que o número de votos válidos apurados em um pleito de determinado município seja 1.000, e que existam 10 cadeiras a preencher na respectiva Câmara Municipal. Neste caso, o cálculo será o seguinte:

Nº de votos válidos = 1.000/nº de vagas a preencher = 10, então QE = 100

De posse do Quociente Eleitoral, é necessário calcular o chamado Quociente Partidário. Determina-se, para cada partido político ou coligação, o quociente partidário dividindo-se pelo quociente eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação, desprezada a fração”. Ou seja:
QP = nº de votos válidos recebidos pelo partido ou coligação/QE
Exemplo: se no mesmo pleito o partido recebeu 200 votos válidos, o cálculo será o seguinte:
Nº de votos válidos recebidos pelo partido = 200/QE, então QP = 2
Após os dois cálculos, é possível concluir que o partido terá direito a duas vagas naquela Câmara Municipal, que deverão ser distribuídas entre os seus dois candidatos mais bem colocados.
Cláusula de barreira
Nestas eleições, a distribuição das vagas entre os candidatos mais bem votados deve considerar uma novidade implementada a partir da Lei n° 13.165/2015: a chamada cláusula de barreira. Segundo a nova regra “Estarão eleitos, entre os candidatos registrados por um partido ou coligação que tenham obtido votos em número igual ou superior a dez por cento do quociente eleitoral, tantos quantos o respectivo quociente partidário indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido”.
Entre as consequências dessa inovação estão as seguintes: 1) Um candidato não será eleito se o total de votos recebidos não corresponder a, pelo menos, 10% do QE; e 2) Candidatos que tenham recebido poucos votos somente serão beneficiados pelos chamados “puxadores de voto” se seus votos tiverem alcançado os 10% do QE.
Continuando com o mesmo exemplo, vamos supor que o primeiro candidato da lista do partido tenha recebido 11 votos e, o segundo, nove votos. Vale lembrar que, para ser eleito, o candidato deve estar colocado dentro das vagas disponíveis para o partido (neste caso, duas vagas), e o número de votos obtidos por ele deve corresponder a, pelo menos, 10% do QE (que foi de 100).
Nessa situação hipotética, apenas o primeiro da lista do partido será eleito, já que os votos recebidos pelo segundo não alcançam 10% do total do QE (que seriam 10 votos). Dessa forma, apesar de o partido ter direito a duas vagas, apenas uma será preenchida por candidatos daquela legenda.
Cálculo das sobras
Em uma eleição proporcional, é possível que, após a distribuição das vagas entre os partidos, restem cadeiras para serem preenchidas, as chamadas “sobras”. Estas serão distribuídas por um cálculo conhecido como “Média”. Porém, somente disputarão as sobras os partidos que tiverem Quociente Partidário maior que 1.
Veja o exemplo a seguir para a eleição de determinada Câmara Municipal, na qual existam 10 cadeiras para ser preenchidas e quatro partidos na disputa:
Partido 1 – obteve 200 votos - QP = (200/100) = 2,0 → ele terá direito a 1 vaga
OBS: Levando em consideração o exemplo acima, mesmo tendo o partido direito a duas vagas pelo cálculo do QP, apenas um candidato teria votação correspondente a mais de 10% do QE. Assim, a outra vaga não pode ser preenchida.
 Partido 2 – obteve 140 votos - QP = (140/100) = 1,4 → ele terá direito a 1 vaga
 Partido 3 – obteve 350 votos - QP = (350/100) = 3,5 → ele terá direito a 3 vagas
 Partido 4 – obteve 310 votos - QP = (310/100) = 3,1 → ele terá direito a 3 vagas

A distribuição destas vagas que sobraram serão distribuídos por média.
O cálculo será feito da seguinte forma: o número de votos válidos atribuídos a cada partido político/coligação será dividido pelo valor do quociente partidário somado às vagas obtidas por média mais um, cabendo à legenda ou à coligação “que apresentar a maior média um dos lugares a preencher, desde que tenha candidato que atenda à exigência de votação nominal mínima”. Isto é:

Média = votos válidos recebidos pelo partido/(vagas obtidas por QP + vagas obtidas por média) + 1
Então, seguindo com o nosso exemplo, vamos ao cálculo das médias:
Partido 1 – obteve 200 votos/2 vagas obtidas por QP + 0 vagas obtidas por média + 1 = 66,66
Partido 2 – obteve 140 votos/1 vaga obtida por QP + 0 vagas obtidas por média + 1= 70
Partido 3 – obteve 350 votos/3 vagas obtidas por QP + 0 vagas obtidas por média +1 = 87,5 *
Partido 4 – obteve 310 votos/3 vagas obtidas por QP + 0 vagas obtidas por média +1 = 77,5
 A primeira vaga das sobras foi distribuída para o Partido 3, que obteve a maior média e possui candidato com votação mínima para ser eleito.
De acordo com a legislação, a primeira vaga das sobras será destinada ao partido/coligação que obtiver a maior média, conforme exemplo acima. Caso sobre uma segunda vaga, deverá ser feito novo cálculo, mantendo-se o mesmo dividendo e incluindo no divisor do partido que ganhou a primeira vaga mais uma vaga (a da primeira sobra). Em resumo, este novo cálculo será:
Partido 1 – obteve 200 votos/2 vagas obtidas por QP + 0 vagas obtidas por média + 1 = 66,66
Partido 2 – obteve 140 votos/1 vaga obtida por QP + 0 vagas obtidas por média + 1 = 70
Partido 3 – obteve 350 votos/3 vagas obtidas por QP + 1 vaga obtida por média + 1= 70
Partido 4 – obteve 310 votos/3 vagas obtidas por QP + 0 vagas obtidas por média + 1 = 77,5*
 P.S. / = dividido
A segunda vaga das sobras foi distribuída para o Partido 4, que obteve a maior média na segunda execução do cálculo da média e possui candidato com votação mínima.
Esta operação será repetida quantas vezes forem necessárias até o preenchimento de todas as vagas. Entretanto, de acordo com o inciso III do art. 149 da resolução, quando não houver mais partidos ou coligações com candidatos cujos votos tenham atingido, ao menos, 10% do QE, “as cadeiras serão distribuídas aos partidos que apresentem as maiores médias”.


Fonte: TSE