sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Minhas aulas de história geral

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Às vezes eu ficava pensando, para que estudar história? Falar de pessoas que já morreram, fatos que aconteceram a muito tempo, o que isso tem a ver com minha vida contemporânea? O tempo foi passando, e eu cada vez mais me interessando pelos Reis, cavalheiros, filósofos, pensadores, cientistas, exploradores, homens e mulheres que construíram o tempo em que vivemos. Sim, pois nada surge do acaso, nada está pronto, a cada dia preparamos o dia de amanhã. E certa vez eu fui pesquisar para saber por que temos direitos humanos, proteção às minorias, respeito às religiões com sua liberdade constitucional de credo, direito à liberdade de expressão, de moradia e da inviolabilidade do meu lar, do direito à ter um patrimônio, a educação, a saúde, a uma aposentadoria, entre outros direitos tão prosaicos ao nosso cotidiano. Alguns tão frívolos que até nos questionamos, por que tem na Constituição, como por exemplo o direito de ir e vir, não parece lógico que eu possa ir e vir aonde eu quiser? 

Porém, descobri nessas pesquisas que nem sempre foi assim. Descobri que muitos governantes para manterem seu poder muitas vezes tolhiam estes direitos fundamentais de seus cidadãos. Descobri que em boa parte da existência da raça humana, muitos não tinham o direito nem de se alimentar, para que seus donos, seus governantes, comecem melhor. E não podiam nem reclamar disso, pois também não tinham o direito de falar. E descobri nos livros de história um homem que foi o mais cruel deles todos. Um austríaco, que quase pôs fim a raça humana, que quase acabou com a civilidade, com o amor, com a esperança, com o sentimento. Um homem capaz das mais bizarras atrocidades contra outro ser humano. E descobri que muitos desses direitos, surgiram em razão dessas atrocidades ocorridas e assim, não permitir que elas tornassem a se repetir. Ao descobrir as barbaridades que este homem fazia, eu observava que ele contava com grande apoio popular, quase unânime. E aí eu perguntava, como pessoas boas podiam apoiar aquele homem de discurso tão raivoso? Como religiosos podiam ir de encontro aos preceitos de sua religião para apoiar alguém tão anticristão? Como a justiça se calou diante de tamanha injustiça? Como os homens sensatos permitiram tanta insensatez? Como todos ficaram surdos e mudos, cegos e imóveis diante de tanto absurdo? E por anos eu fiquei sem entender e resolvi deixar para lá, afinal era coisa do passado, como humanos podiam negar direitos humanos a outro semelhante? 

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Mas aí, chegamos ao atual cenário político brasileiro. Como na Alemanha dos anos 1930 a corrupção assola a sociedade, a população perde a credibilidade nos políticos e na sua capacidade de resolver os problemas. Economia devastada, crise política, violência desmedida e crescente, falta de lideranças, capazes de conduzir os destinos da nação. Os religiosos decidem não mais confiar na providência divina e muitos pregam que o estado se torne beligerante e que seus cidadãos andem armados. Onde está o perdão e o amor, base da cristandade? Como na Alemanha dos anos 1930 as minorias são atacadas, os homossexuais (ou homo afetivos, como queiram) são hostilizados e mortos. O discurso do ódio toma conta das ruas. O lema é o mesmo de 1930 "Deus, pátria e família". Sempre o mesmo lema. E assim seguimos hipnotizados pela sanha totalitária, buscando um líder que seja o salvador da pátria, alguém capaz de, com seu pulso forte, resolver todos os problemas da nação como num passe de mágica. Todos embarcam na solução mais fácil, colocar uma venda nos olhos e confiar no líder e claro colocar a culpa de nossas falhas em alguém, antes os judeus, hoje nos gays ou em um partido, nos negros ou nos nordestinos. Sem falar no viés totalitário com cores verde oliva das forças armadas a nós amedrontar todos os dias. O resultado da primeira história sabemos, os homens de bem se calaram e deixaram a Alemanha embarcar em sua aventura totalitária que levou o mundo a um dos maiores desastres humanitários de sua história. "O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons". Tudo a partir de uma eleição, onde por medo dos comunistas, a direita conservadora alemã assentiu os caprichos de um louco. Pensavam eles serem capazes de o controlar. Agora em 2018, também uma eleição pode levar o Brasil a embarcar numa aventura que será tanto quanto desastrosa, com poder de abalar o mundo? Claro que não. O Brasil não tem o poder e a importância de uma Alemanha, ainda. Mas com certeza trará muitos danos. A própria revista The economist uma das mais respeitados do mundo fez uma análise recente a apontou os riscos dessa eleição (para ler a reportagem clique no veja aqui:) O The New York Times, maior jornal do mundo, disse que poderemos fazer uma triste escolha (Leia aqui). Mas cabe a nós saber se cometeremos o mesmo erro ou não. E aqui não importa se você é de esquerda, direita, centro ou ambidestro, os malefícios serão para todos. O que importa é o futuro do país. É muito válida a iniciativa das mulheres com o grupo contra o extremismo, também os advogados agora se manifestaram, os artistas, atletas, etc. Outros grupos têm se colocado contra os absurdos vindos desses defensores da tortura. Mas ainda é pouco. Precisamos fazer mais para impedir essa desventura e assim evitar um erro de proporções impensáveis. Que cada um faça sua parte que os livros de história lidos por nossos filhos e netos possa trazer uma história diferente daquela, pois o mal da intolerância ameaça a todos e costuma deixar marcas profundas.

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