Pensamento do dia: "O problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas, e as pessoas idiotas estão cheias de certezas..."
Bertrand Russell
A campanha eleitoral e sua proximidade com a ilegalidade
Olá meus amigos de Brejo da Madre de
Deus, começando 2016, mas sem esquecer 2015. É assim que muita gente se sente
ainda, pois o ano de 2015, mesmo sendo um ano perdido, deixou muitas marcas,
como a crise política que atingiu em cheio a nossa economia e piorou a vida de
todos e não será esquecida nem tão cedo.
Em 2016 o que todos sabiam se
materializou em denúncias confirmadas, indiciamentos e prisões. Afinal, como
são financiadas as campanhas no Brasil? De onde vinha tanto dinheiro? Como eram
feitas aquelas campanhas milionárias? O Brasil assistiu estarrecido aos
acontecimentos de 2015 que mostravam como eram obtidos os recursos para
financiar campanhas, mas o que destruiu a credibilidade de partidos e políticos
foi o fato de muito desse dinheiro roubado da nação, além de financiar
campanhas, estava sendo utilizado para enriquecer políticos e outras pessoas
que se aproveitaram da situação. As investigações seguem indefinidas, ninguém
sabe quando nem como vão acabar e a cada dia a lista de políticos e pessoas
indiciadas aumenta. A população que no início, influenciada pela mídia, elegeu
o PT (Partido dos Trabalhadores) como culpado pela roubalheira e único
responsável, aos poucos foi percebendo que não era uma questão de um partido. Todos
se lambuzaram, partidos de situação, de oposição, e lobos posaram de cordeiros.
Foi fácil para muitos que praticaram ilegalidades apontar o dedo para o Governo
Federal, mas esqueceram que os seus dedos estavam podres.
Até falecidos foram colocados nas listas
de beneficiados, como os finados José Janene, Sérgio Guerra e Eduardo Campos.
Pedro Correia que estava preso pelo mensalão, foi preso novamente pela Lava
Jato, assim como José Dirceu. Os Presidentes do Senado e da Câmara Federal
foram indiciados como participantes do esquema de corrupção, e por falar nos
deputados, Eduardo Cunha foi um capítulo à parte, nunca na história desse país,
alguém abusou tanto da paciência dos brasileiros. Apesar das comprovações de
sua participação no esquema, com o flagrante de contas recheadas de dólares, na
Suíça, em seu nome, e até usar uma Igreja para receber propina (segundo
denúncias do MPF), Cunha insiste em negar e tem feito de tudo para dizer que é
inocente e ficar no cargo. A consequência dessa bagunça toda no país foi o
desemprego, volta da inflação, aumento de impostos, crise econômica e abertura
do processo de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff.
O país corre o risco de, guardada as
devidas proporções, se mantiver a intenção de afastar a Presidenta, cometer o
mesmo erro de quando Dr. Edson foi afastado da Prefeitura de Brejo da Madre de
Deus em 2013. Da mesma forma seria injusto e sem motivo e ainda levou a cidade
ao caos. Dilma, assim como Dr. Edson, não cometeu crime algum e o que se aponta
sobre ela, pedaladas fiscais, ainda nem foram julgadas pelo Congresso, como ela
poderia ser cassada por um erro que ainda não é erro? Pois, no meu
entendimento, só será confirmado quando o Congresso rejeitar, e se rejeitar, as
contas de Dilma.
Mas no caso de Dr. Edson, o erro foi
maior. Durante o período muito se falou que houve isso ou aquilo, prefiro
apresentar a seguinte tese: houve um erro na campanha de Dr. Edson, e deveria
haver uma punição, porém a punição foi severa demais. No entanto, o TRE-PE
permaneceu no erro, esquecendo de verificar determinados fatos e apreciando
outros que não estavam no processo e desconsiderando até uma decisão da
Ministra Carmem Lúcia do TSE, mantiveram uma eleição suplementar. Quando o
processo chega ao TSE, nas mãos do Ministro Otávio Noronha (nome que ficará
guardado na história da cidade) ele percebe o erro e dá a oportunidade do
TRE-PE se corrigir. Mas a vaidade humana nos cega, e o TRE-PE, decide manter
como estava ao invés de admitir o erro e fazer o correto. Diante dos vícios do
processo, o Ministro Noronha determinou a volta de Dr. Edson ao cargo do qual
não deveria ter saído. Houve recurso, e o ano de 2015 foi de especulação sobre
o que aconteceria, mas todos sabiam que a decisão seria mantida, pois ela era
baseada em fatos muito bem fundamentados. Para agravar a situação, os advogados
da oposição num momento Trapalhões e mostrando desentrosamento, complicaram a
situação e o recurso foi recusado por 6 a 1 e Dr. Edson continuou na
Prefeitura, mas o estrago já havia sido feito, recursos financeiros e
profissionais perdidos, obras paralisadas, milhões em projetos e convênios com
o Governo Federal, entre eles a quadra de Fazenda Nova e o Calçamento do acesso
a Serra da Prata, devolvidos ou perdidos e o povo sofrendo. Com o Brasil pode
acontecer o mesmo e o país cair num buraco pior? Mas qual será a compensação
para esta perda irreparável da cidade? O povo ficou sem seu líder por muito
tempo, sem um comandante que se preocupasse com seu futuro, sem aquele que
escolheram pelo voto direto para lhes governar por 4 anos em 2012. Como
recuperar o tempo perdido? Tem jeito? Veremos. Mas, o que será que as entrelinhas
destes acontecimentos nos revelarão? Que venha 2016, viveremos fortes emoções sem
dúvida nenhuma, e como dizia aquele saudoso locutor: “Aguenta, coração!”
Valdeci
Ferreira Junior é professor das Universidades Mauricio de Nassau, Professor das
redes Municipal de Brejo da Madre de Deus e da rede Estadual de Ensino,
Acadêmico do Curso de Direito da Unifavip e analista político.
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