segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Entrelinhas VI




Abraham Lincoln


Resultado de imagem para fila para criticar, fila para elogiar

O PSDB, a extinção do PT e a crise politica

Olá meus amigos de Brejo da Madre de Deus, o ano nem começou, o Congresso Nacional está em recesso, mas o cenário político nacional está pegando fogo. A mais recente notícia foi devastadora, o pedido protocolado na Procuradoria Geral Eleitoral (PGE) solicitando o cancelamento do registro partidário e do estatuto do Partido dos Trabalhadores, feito pelo PSDB sob a alegação que o partido teria recebido recursos de outro país para a campanha de reeleição do Presidente Lula em 2006, o que é vedado pela Lei Eleitoral e a Constituição. Na prática o PSDB pediu a extinção do PT o que acirra mais ainda os ânimos entre os dois partidos que vem monopolizando a política nacional 20 anos.
Rivalidade entre forças políticas não é novidade no mundo afora, muito conhecida a disputa entre Democratas e Republicanos nos EUA que vem desde a fundação do país; Trabalhistas e Conservadores na Inglaterra; o CDU, União Democrata-Cristã e o Partido Socialista da Alemanha; e como não falar na rivalidade do Partido Justicialista e a União Cívica na Argentina; a briga ferrenha entre os Social-Liberais e os Socialistas na França; colorados e blancos no Uruguai? Na política do interior nordestino só existem dois lados, ou você é carne de sol ou é carne de charque, e isso é saudável.   O problema dessa briga é quando ela deixa de ser no campo das ideias e passa para o lado pessoal, quando vira raiva, ódio, quando um passa de concorrer com o outro e para hostilizar o outro.
Em toda rivalidade, o outro é necessário para a existência de um, isso é em tudo. No futebol, o que seria do Barcelona se não fosse o Real Madrid, ou do Peñarol se não fosse o Estrela? E em outras áreas, um é necessário para a grandeza do outro. A fortaleza de um enaltece a vitória do outro, e vamos ter vezes em que um vai ganhar, depois será o outro e assim é a vida. Não podemos achar que o outro é nosso inimigo apenas por termos opiniões diferentes. O respeito ao próximo deve ser preponderante e cabe aos líderes de cada grupo pregarem esse respeito. Está aí uma boa dica para você escolher seu próximo candidato, se ele se preocupa mais com a vida do outro do que com a sua própria vida, se ele sabe como ninguém criticar o outro, mas não fala nada sobre si, se usa palavras de calão (calão é igual a palavra de baixo nível, palavrão), não é um bom candidato. O Prefeito de uma cidade deve ser educado, integro, tratar bem as pessoas, seja ela quem for, não tratar os outros por apelidos pejorativos, ser polido, um exemplo para os munícipes, principalmente as crianças. Nos países civilizados, mesmo os adversários, tratam os gestores com a maior deferência, respeito, pois ali não está apenas a pessoa, mas a instituição. O Prefeito é o primeiro cidadão da Cidade, não à toa sua esposa é a primeira dama, merece o respeito de seus munícipes até porque ele foi escolhido pela maioria deles para gerir a cidade. Causa-me espanto e indignação ver algumas pessoas por conveniência (coisa que eu não discuto), detratar a imagem de alguém, principalmente uma autoridade, vaiar, e o pior, fazem isso na frente de pessoas de outra cidade (vergonha alheia), e não entendem que ao falarmos mal de alguém, não é aquela pessoa de quem estamos falando que vai se prejudicar, o maior prejudicado somos nós mesmos que, além de ser deselegante, passamos uma imagem de arrogantes, casuístas, ignorantes, incultos, antidemocráticos, pessoas pobres de espírito, mal resolvidas. Talvez as pessoas que fazem isso desconheçam que esculhambar (no popular) uma autoridade é crime, sim, pois o Código Penal diz em seu artigo 331 que é crime:
“Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa”.
É o famoso desacato e, portanto, antes de você “engolir corda” de alguém e sair falando mal de uma pessoa, servidor público no caso, cuidado, pois talvez esse seu “amigo” que lhe incentivou a detratar a autoridade, talvez não seja solidário em lhe visitar na cadeia. O respeito é tudo, cobramos tanto dos políticos que eles sejam probos, honestos, que tenham uma conduta ilibada, um bom caráter, mas esquecemos que o político é o reflexo da sociedade. Para que tenhamos políticos com esse perfil, devemos ter esse comportamento também, por isso acho a ação do PSDB contra o PT descabida, ou de qualquer partido contra outro partido, pois isso cheira a ditadura. Só quem tem poder de extinguir um partido é o povo, se aquele partido não serve, deixemos de votar nele, como quase aconteceu com o PFL, agora DEM, que já foi o maior partido do país e hoje é um partido pequeno. Até porque o PSDB não tem moral alguma (e nenhum outro partido tem) de pedir a extinção do outro, as recentes denúncias dos delatores de que o líder do partido, Aécio Neves, era “o mais chato” na cobrança de propina, que Sérgio Guerra teria recebido 10 milhões para evitar uma CPMI, que Fernando Henrique Cardoso teria recebido 100 milhões de dólares de propina em seu Governo vindos de negociações com a Petrobras, que José Serra e Geraldo Alckimin teriam desviados milhões em obras do metrô em São Paulo e agora que Fernando Capez (grande jurista, mas como político...) estaria envolvido no desvio de milhões da merenda das escolas da rede estadual de São Paulo, tiram a credibilidade do partido para essa ação, quando não cabe ao sujo falar do mal lavado. Somente o povo pode mudar essa situação, o poder é seu, ou daquele que for capaz de ler nas entrelinhas.




  

Valdeci Ferreira Junior é professor das Faculdades Mauricio de Nassau, Professor das redes Municipal de Brejo da Madre de Deus e da rede Estadual de Ensino, Acadêmico do Curso de Direito da Unifavip e analista político. 

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